Quem paga o ICMS ST: comprador ou vendedor?

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Quem paga o ICMS ST: comprador ou vendedor? Muitos contadores encontram-se em um labirinto de siglas e obrigações tributárias, dentre as quais o ICMS ST (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços por Substituição Tributária) desponta como um dos temas mais complexos e geradores de dúvidas. 

Frequentemente, surge o questionamento: quem é responsável pelo pagamento deste imposto, o comprador ou o vendedor? Essa incerteza reflete a complexidade do sistema tributário nacional, que impõe regras para diferentes produtos e segmentos de mercado.

A Substituição Tributária do ICMS é um mecanismo que visa simplificar a arrecadação desse imposto, transferindo a responsabilidade do pagamento do imposto para um único contribuinte dentro da cadeia de produção e distribuição. 

Esse regime tem como objetivo principal evitar a sonegação fiscal e facilitar a fiscalização por parte do Estado. Contudo, a determinação de quem deve pagar o ICMS ST pode variar, trazendo nuances que precisam ser esclarecidas para garantir a correta aplicação da lei e a adequada tributação.

Justamente por isso, no artigo de hoje, a Vinicom falará mais sobre quem paga o ICMS ST: comprador ou vendedor?. 

O que é cobrança de ICMS por ST?

A cobrança do ICMS por Substituição Tributária (ST) é um regime tributário previsto na Constituição Federal que tem como objetivo simplificar a arrecadação desse imposto nas operações de circulação de mercadorias. 

No regime de ST, a responsabilidade pelo recolhimento do ICMS devido ao longo da cadeia de comercialização de um produto é atribuída a um contribuinte específico, geralmente o fabricante ou o importador. 

Dessa forma, significa que, em vez de cada participante da cadeia (fabricante, distribuidor, varejista) calcular e recolher o imposto separadamente, um único contribuinte o faz antecipadamente sobre o valor agregado até o consumidor final. 

Esse mecanismo visa evitar a sonegação fiscal e facilitar a fiscalização pelos órgãos estaduais, garantindo uma maior praticidade na arrecadação dos tributos.

De quem é a obrigação de pagar o ICMS ST?

A obrigação de pagar o ICMS ST recai sobre o chamado contribuinte substituto, que pode ser o fabricante, o importador, ou outro agente econômico designado pela legislação estadual como responsável pelo recolhimento do imposto. 

A definição de quem será o contribuinte substituto varia conforme o produto e as especificidades da legislação de cada estado. Em geral, este contribuinte é quem realiza a venda ou a importação da mercadoria sujeita ao regime de substituição tributária.

Este regime permite que o tributo seja recolhido de forma centralizada, simplificando o processo de arrecadação para o Estado e, em teoria, reduzindo as obrigações acessórias para os demais participantes da cadeia produtiva. 

Contudo, é importante notar que a retenção do imposto pelo substituto tributário não elimina as demais obrigações tributárias dos contribuintes substituídos, como a necessidade de incluir as informações pertinentes em suas documentações fiscais e cumprir com as obrigações acessórias determinadas pela legislação.

Nesse contexto, a determinação de quem deve pagar o ICMS ST envolve compreender a cadeia de circulação da mercadoria e identificar o ponto em que o imposto deve ser retido e recolhido. 

Além disso, em algumas situações específicas, como na falta de retenção do ICMS por desconhecimento ou em operações com cálculo incorreto do imposto, pode haver a necessidade de antecipação ou ajuste por parte do adquirente, conforme as regras estabelecidas pela legislação aplicável.

O regime de substituição tributária representa, portanto, um importante mecanismo de simplificação e eficiência na arrecadação tributária, mas requer que os contribuintes estejam atentos às normas e procedimentos para assegurar cumprimento de suas obrigações fiscais.

Como saber se tenho que pagar ICMS ST?

Para determinar se você precisa pagar o ICMS Substituição Tributária (ST), será preciso compreender a natureza do produto ou serviço que sua empresa comercializa, bem como a legislação vigente no seu estado e nos estados com os quais você realiza transações comerciais.

O primeiro passo é verificar se o produto está na lista de mercadorias sujeitas ao regime de substituição tributária, conforme definido pela legislação estadual e pelos acordos firmados entre os estados (Convênios ICMS). Essa lista inclui, mas não se limita a, produtos como combustíveis, bebidas, automóveis, produtos de limpeza, entre outros.

Além disso, é necessário determinar a Margem de Valor Agregado (MVA) aplicável, que varia conforme o produto e o acordo entre os estados. A MVA é um percentual aplicado sobre o preço de venda do produto para calcular a base de cálculo do ICMS ST. 

Essas informações são essenciais para o correto cálculo do imposto a ser recolhido. Caso o produto esteja sujeito à substituição tributária e sua empresa seja designada como contribuinte substituto, você terá a responsabilidade de recolher o ICMS ST.

Quem paga o ICMS é o vendedor ou comprador?

A questão de quem paga o ICMS – se o vendedor ou o comprador – é complexa, pois, em última análise, o imposto é incorporado ao preço do produto ou serviço e, portanto, é o consumidor final quem arca com esse custo.

No regime de substituição tributária, por exemplo, o contribuinte substituto (geralmente o fabricante ou o distribuidor que vende para o varejista) é quem tem a obrigação de calcular, reter e recolher o ICMS ST antecipadamente sobre as operações subsequentes, até a venda ao consumidor final. 

Assim, embora o consumidor final pague o imposto embutido no preço de compra, é o contribuinte substituto quem efetua o recolhimento ao Estado.

Já no caso do ICMS normal (não-ST), o imposto é recolhido por quem realiza a venda do produto ou a prestação do serviço. A alíquota aplicada e o valor recolhido dependem da operação (se interna ou interestadual) e da legislação de cada estado.

Além disso, empresas optantes pelo Simples Nacional têm um regime especial de recolhimento que consolida vários impostos, incluindo o ICMS, em uma única guia.

Portanto, a responsabilidade pelo recolhimento do ICMS e pelo pagamento do imposto varia de acordo com o tipo de operação e o regime tributário da empresa. 

Entretanto, note que, independentemente de quem recolhe o imposto, o custo do ICMS é, em geral, transferido para o preço final do produto ou serviço, sendo efetivamente pago pelo consumidor.

Qual o prazo de recolhimento do imposto ICMS ST?

O prazo para o recolhimento do ICMS Substituição Tributária (ICMS ST) varia de acordo com a legislação estadual, já que este é um imposto de competência dos estados e do Distrito Federal. 

Geralmente, o prazo é determinado pelo tipo de operação e pelo perfil do contribuinte. Por exemplo, em algumas unidades federativas, o recolhimento do ICMS ST deve ser efetuado até o dia 9 do mês subsequente ao da operação para a maioria dos contribuintes. 

Contudo, há exceções e especificidades que alteram esse prazo, como o tipo de mercadoria comercializada ou particularidades do regime tributário do contribuinte, como empresas optantes pelo Simples Nacional, que podem ter prazos diferenciados.

É necessário que o contribuinte verifique as normativas do estado onde ocorre a operação para entender as datas limites para o recolhimento do ICMS ST. Além disso, convém estar atento às atualizações legislativas, pois mudanças nas normas podem ocorrer, impactando os prazos de recolhimento. 

Para evitar penalidades, multas ou juros por atraso no recolhimento, é recomendável que o contribuinte se organize para realizar o pagamento dentro do prazo estabelecido pela legislação de cada estado. 

A utilização de sistemas de gestão fiscal atualizados e a consulta regular a um contador ou a um profissional especializado em legislação tributária estadual são práticas recomendadas para manter-se em conformidade com as obrigações fiscais relativas ao ICMS ST.

Quando não se aplica a substituição tributária?

A substituição tributária (ST) não se aplica em diversas situações, as quais são determinadas pela legislação estadual e pelos convênios e protocolos firmados entre os estados. 

De modo geral, a não aplicabilidade da substituição tributária pode ser observada nas seguintes circunstâncias:

1. Produtos não Incluídos na ST

Nem todos os produtos estão sujeitos ao regime de substituição tributária. A lista de mercadorias sujeitas ao ICMS ST é definida por cada estado, com base em acordos estabelecidos no âmbito do Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ). 

2. Operações internas excluídas

Algumas operações internas (dentro do mesmo estado) com mercadorias sujeitas à ST são excluídas desse regime por legislação específica do estado.

3. Operações interestaduais

Em operações interestaduais, a aplicação da ST depende dos acordos entre os estados de origem e destino. 

Existem situações em que, mesmo sendo produtos sujeitos à ST, a operação interestadual está dispensada deste regime devido à falta de acordo entre os estados envolvidos.

4. Empresas do Simples Nacional

Dependendo da legislação estadual, empresas optantes pelo Simples Nacional podem estar dispensadas da responsabilidade de recolher o ICMS ST em determinadas operações.

5. Exceções legais

Certas operações ou mercadorias são expressamente excluídas do regime de ST por disposição legal ou regulamentar, incluindo situações como a venda de mercadorias destinadas à exportação ou a transferência de mercadorias entre estabelecimentos do mesmo titular.

Para cada uma dessas situações, a dica é sempre consultar a legislação do estado, uma vez que as regras e as exceções variam entre diferentes unidades federativas. A complexidade do regime de substituição tributária exige uma análise atualizada das normas aplicáveis para determinar corretamente a aplicabilidade ou não da ST em cada operação comercial.

E então, mais alguma dúvida sobre quem paga o icms st: comprador ou vendedor?

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